quarta-feira, 18 de agosto de 2010
SALMO 102
Arrependimento e esperança.
1 ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.
2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
3 Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição.
4 O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.
5 Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam à minha carne.
6 Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas.
7 Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.
8 Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem, me amaldiçoam.
9 Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida,
10 por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti.
11 Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando.
12 Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será lembrado por todas as gerações.
13 Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou.
14 Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do seu pó.
15 As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória,
16 quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,
17 atendendo à oração do desamparado, e não desprezando a sua súplica.
18 Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao Senhor.
19 Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a terra,
20 para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados à morte;
21 a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém,
22 quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.
23 Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.
24 Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações.
25 Desde a antigüidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos.
26 Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como um vestido, envelhecerão; como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
27 Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.
28 Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua descendência ficará firmada diante de ti.
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