“Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.” (2 Cor 7:1)
Por Aristarco Coelho
Ninguém está de fora desse chamado à santidade. Essa é uma vocação comum a todas as pessoas, em todos os lugares e em todas as épocas, especialmente para os crentes. Não há tempo fácil para buscar santidade de vida; nem tempos tão difíceis que a torne impossível de ser alcançada. Mas há um caminho que sempre deve ser encontrado e trilhado por aqueles que querem atender ao chamado. Purificação e aperfeiçoamento são alguns dos passos que fazem parte dessa caminhada.
Nesse primeiro verso do capítulo sete da segunda carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo fala desse caminho de santidade e faz uma ligação com a promessa de Deus a Davi sobre o seu filho Salomão (2 Cor. 6:18, cf 2 Sam 7:14), como extensiva a nós e digna de ser usada como incentivo na busca de santidade; assim, o Senhor será como um pai para nós, e nós como filhos para ele e a expectativa dessa promessa, por si só, deve servir de incentivo para purificar-nos e aperfeiçoar-nos.
Purificar é perseguir um determinado padrão. Quando o oleiro toma uma porção de barro nas mãos, ele precisa retirar os pedaços de palha e as pequenas pedras até que o barro alcance o padrão de pureza, caso contrário, a peça não terá a beleza desejada. Aqui há um grande desafio, porque o padrão deixado por Deus para nós como meta é a perfeição: “Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto santificai-vos, e sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11:44) “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.” (Mt 5:48).
A experiência confirma que não adianta diluir o padrão divino para um viver santo e misturá-lo aos nossos próprios padrões de mediocridade (embora isso seja uma tentação permanente e possa parecer até razoável). A questão é que o relacionamento de pai e filho que o Senhor deseja ter conosco só é possível se estivermos dispostos a atender ao chamado que ele nos faz para nos tornamos parecidos com Ele. O desafio parece mesmo impossível! Como não sucumbir diante dele?
O Senhor é santo e perfeito, mas não é um Deus insano que nos pede o impossível e em seguida nos condena por não atendermos suas expectativas. Refletindo sobre isso, o salmista afirma: “Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó” (Sl 103:14). O próprio apóstolo Paulo, quando orou ao Senhor mas não foi atendido em suas orações, compreendeu esse processo ao afirmar: e ele me disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo” (2 Cor 12:9). Agora podemos compreender melhor quando Paulo esclarece aos irmãos de Corinto que é preciso aperfeiçoar a santidade. Não podemos abrir mão da meta proposta, mas podemos descansar no cuidado de Deus em nos aperfeiçoar em direção à santidade a cada dia.
O chão do caminho da santidade chama-se “temor de Deus”. Essa é uma expressão que confunde muito, porque em nosso vocabulário mais comum temor está ligado ao medo. Ora, não se pode conceber que o relacionamento de pai e filho que Deus deseja ter conosco esteja baseado no medo. O apóstolo João explica isso em sua primeira carta: “No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1 Jo 4:18). O temor de Deus, então, passa pelo reconhecimento de quem Ele. Deus é todo poderoso. Ele chamou tudo que existe à existência. Ele é desde sempre e será eternamente. Ele é santo, perfeito, justo, amoroso e digno de adoração. Quando descobrimos Sua grandeza e perfeição somos tomados pelo deslumbre que pavimenta nosso aperfeiçoamento.
Purificação e Aperfeiçoamento. Que o desejo de ser íntimo de Deus nos conduza ao caminho da santidade.
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